domingo, 15 de junho de 2014

Uma semana, um dia, um mês.

Hair Color Forever! | via Tumblr
 
A gente sabe o que acontece quando uma semana dura um mês: algo está pra mudar. Ou já mudou. De novo. De vez. 
 
Ele foi embora, você bateu asas. Lágrimas de ambos os lados (talvez). O auge do desespero ao sentir aquele perfume em um estranho qualquer no metrô. Aquele perfume que ficava impregnado no seu cabelo enquanto você voltava pra casa. Mas não é o mesmo cheiro - é o mesmo perfume, mas não a mesma carne. E ele não voltou, nem te ligou. Você nem ligou. Quer dizer, ligou, sim. Mas você é jogo duro e finge que não. Não na frente dele. Não na frente das crianças. A gente tem que ser forte, que é pra todo mundo ver e aplaudir. "Mulher virtuosa, quem a achará?"; mas um néscio a deixou partir. Quando o sol já havia partido. Quando todos já haviam partido. Só restaram vocês, a sós. E um pouco de tensão. E saudade, e desejo, e dor. Mas nem ele ficou. Foi o último a sair, mas saiu. Fechou a porta. Calou a boca. Até mais. Nunca. 
 
A gente sabe o que acontece quando se dá conta de que aquilo tinha que acontecer. E de que aquilo iria acontecer de qualquer maneira, sem remédio, nem alternativa. Mas, por mais que a dor seja tão óbvia e tão presente, é tocando a rosa que se fura o dedo. Não que a gente não soubesse dos espinhos. É só vontade de sentir. Desejo, amor e dor. E dor. E dói. Mas, amanhã, passa. Um mês se passou nesses cinco dias. A lua trocou de cor umas três vezes. E você trocou a alma - e já está pronta para a próxima emoção.