... a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes. (Terra de gigantes - Engenheiros do Hawaii)
Quando você chega num ponto da vida em que o mundo não te convence.
E desconfio que já cheguei nesse ponto o suficiente para confirmar, mais uma vez, que eu não pertenço a este mundo. Ou vice-versa.
A liberdade se pintou, na verdade, como um personagem grotesco, efusivo, exagerado em nossas mentes. Aquele conceito hollywoodiano de liberdade. A loucura. A subversão. Aliás, o que não é hollywoodiano? Até o rock and roll já é.
Enfim, por incrível que pareça e por mais difícil que me seja admitir isso, versos de um pagode brega me conduzem a uma epifania: "o que é que eu vou fazer com essa tal liberdade?". Se, ao menos, eu soubesse o que pensar dela. Dançar pelado ouvindo rock and roll? Viajar pelo mundo? Andar descalço? Acordar tarde? Virar a noite? Não crer no amanhã? Atravessar a rua sem olhar dos dois lados?
Se nada é real, me diz, onde é que eu tô? Com um pé no mundo, o outro embaixo do edredom. Acho que ainda tô dormindo.
Preciso acordar. Me disseram que a gente tem que ser livre. Ainda dá tempo?
Talvez eu já seja livre. Mas não o bastante para Hollywood. Não o bastante para aquele tipo de desfecho homérico de jovens insanos, correndo pelas ruas, inconsequentes. Não o bastante para ter nascido na década de 70.
Ser livre é tão bonito e colorido. |
A liberdade é uma foto com as cores saturadas.
eu ainda amo o que vocês escreve. *-*
ResponderExcluirbeijos de saudade.
Que belo texto! Gostei muito. E entrei aqui no seu blog, sem planejar antes. Estava pesquisando no google o trecho da música do Engenheiros que dá título ao seu post. Parabéns pelas sábias palavras.
ResponderExcluir