quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Uni-duni-tê


Se há algo difícil de ser conquistado nessa vida, é a tal da certeza. Afinal, não nascemos com todas as convicções embutidas na alma (ou no cérebro), e nem mesmo nossos conceitos mais concretos estão imunes à comichão da dúvida. Os dilemas de Machado e Shakespeare estão irritantemente batendo à porta, o tempo todo.

E aí vem ela - aquela vontade de mudar tudo. De novo. Aquela, que vai e volta, mas não passa é nunca.

Tenho tudo de que preciso: a coragem. A oportunidade. A hora certa.

Mas, do outro lado do rio, a incerteza me aguarda. E, acima de tudo, o medo de perder. De me perder. Será mesmo coragem legítima?

Me explica aí, Raul, como é que funciona essa história de "metamorfose ambulante"? E as "velhas opiniões formadas sobre tudo", como é que ficam quando já não te servem mais? Você as guarda num caixote, cheirando a pintura de parede, no meio de uma sala vazia, recém-reformada, ou no fundo de um porão? Me diz, e se você as quiser de volta, alguma hora, por nostalgia ou por pirraça? Como é que você faz?

Será possível abrir mão de uma opinião, assim, tão facilmente, e deixá-la ir, sabendo que é inevitável ser carregado com o fluxo?

Eu tenho lá minhas dúvidas.

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