quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Na corda bamba

Para ouvir: A day in life, The Beatles

Já estou virando PhD em decisões drásticas, life-changing, e dramas do gênero. Coisas que testam minha paciência, mas que têm se tornado para mim naturais como respirar.

Não que isso me impeça de arrancar os cabelos de vez em quando. Ainda é difícil viver os dias como se fossem os mesmos.

Tá, eu não arranco. Nem as unhas eu roo mais. Mas vejo as semanas se arrastarem em um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete mil "mississipis" toda vez em que a estrada se bifurca.

É claro que já teve vez em que não aguentei e mandei, no duro, uma verdade. Porque não há nada mais sofrido e arrastado do que decisão não tomada. A pior das consequências não será tão ruim quanto aquela agonia do "vai ou racha". E, no fim, a gente sempre sobrevive. A menos que você seja   um mulherzinha. E eu não sou mulherzinha.

Tá, só um pouco. Mas, ainda assim, sou mais macho que muito marmanjo chorão.

Ok, decisões que podemos tomar são até fáceis de resolver: você diz "sim" ou "não" a hora que quiser (teoricamente, é claro, e quando não há mais ninguém envolvido). O problema é quando um TERCEIRO fator irá decidir sua vida. Quando cabe ao tal terceiro te dar a notícia-bomba (ou não):

"Você passou no vestibular."
"Você está demitido."
"Você vai ser pai!"
"Você não tem câncer"
"Seu cachorro morreu."
"Deu amarelo, não vermelho."

Foi, rachou, acabou. Ficou duro de engolir, e você não sabe por onde começar o "daqui para frente".

E agora?
Mas você começa. E segue, e vive, e se vira. Porque a vida tem mesmo dessas. E a gente só faz as escolhas que ela permite que a gente faça, quando ela se bifurca. E a gente se multiplica em mil pedaços, se vira do avesso e atravessa a semana nessa corda bamba. E, se a gente cair, morre uma parte de nós. Mas, se a gente chegar ao fim, alguma coisa fica para trás.

Não há como escapar da mudança irreversível e irrefreável que as decisões implicam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário